quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Arrisque-se




A vida exige enorme coragem. Os covardes apenas existem, não vivem, porque toda a vida é orientada pelo medo, e uma vida orientada pelo medo é pior que a morte. Somente os corajosos podem viver. A coragem é o primeiro passo a ser aprendido. Apesar de todos os medos, temos que começar a viver. E porque é preciso coragem para viver? Porque a vida é insegurança. Se você fica preocupado demais com proteção, segurança permanecerá confinado a um pequeno cantinho, quase que em uma prisão, construída por você mesmo... Será seguro, mas não será vivo. Será seguro, mas não terá aventura, não terá êxtase. A vida consiste em explorar, entrar no desconhecido, alcançar as estrelas! Seja corajoso e deposite tudo aos pés da vida; nada é mais valioso. Cada um deve viver sua vida tão totalmente quanto possível; somente então surge a alegria, somente então o transbordamento da graça divina se torna realmente possível. Aqueles que querem realmente viver têm que correr muitos riscos. Tem que se mover sempre no desconhecido. Tem de aprender uma das lições mais fundamentais: que não existe lar; que a vida é uma peregrinação, sem começo, sem fim. Que existem lugares onde você pode descansar, mas é apenas parada de uma noite, pela manhã, você deve partir novamente. A vida é um movimento constante, nunca chega a qualquer fim; e por isso que a vida é eterna... A morte tem um começo e um fim. Mas você não é morte, você é vida. A morte é uma concepção errada. As pessoas criam a morte, porque anseiam por segurança. É o desejo de segurança e proteção que cria a morte, que o faz temer a vida, que o faz hesitar em penetrar no desconhecido. O único alimento da vida é o risco; quanto mais você arrisca, mais você está vivo. E uma vez que você compreenda isso, não por desespero, não por impotência, mas a partir de uma consciência meditativa, uma vez que compreenda isso, você fica arrebatado pela absoluta beleza dessa possibilidade. O homem pode receber com desespero o fato de ficar sem lar, mas aí se perde todo o ponto. Foi aí que o existencialismo perdeu o ponto da questão. Eles chegaram muito perto, estiveram muito perto; a verdade estava logo adiante. Estavam tão próximos como qualquer Buda, mas se perderam. Ao invés de ficarem felizes, ficaram muito tristes por sua vida não ter significado, por a vida não ter objetivo, por a vida não ter segurança. Ficaram muito abalados; isso era perturbador. Os Budas também chegaram à mesma conclusão, mas, em lugar de ficarem tristes, elas deram um salto para o desconhecido. Eles ultrapassaram todas as fronteiras. Aceitaram isso como sendo a vida. Aceitaram que isso faz parte da própria natureza da vida; não faz sentido sentir-se frustrado . E entenderam como é belo a vida ser insegura, porque então existe a possibilidade de explorar, então existe a possibilidade de inventar, então existe a possibilidade de se deparar com o novo, então existe a possibilidade de surpresas. Se tudo fosse seguro, certo, garantido, pré-destinado, não haveria nenhuma emoção, nenhuma dança. Os Budas dançaram. Ao verem o inacreditável acontecendo, ao verem o miraculoso acontecendo; eles rejubilavam, se alegravam. Entre em sintonia com a vida, acompanhe-a, sem desejos pessoais, particulares, sem idéias de como a vida deveria ser. Deixe-a a tal como é. " E RELAXE". A excessiva preocupação com a segurança mata, porque a vida é insegura. É assim! Nada pode ser feito sobre isso; ninguém pode tornar a vida segura. Todas seguranças são falsas, todas as seguranças são imaginárias. O homem verdadeiro aceita a vida como ela é, aceita correr o risco, aceita o perigo, a insegurança como seu próprio estilo de vida.

Pax!!!
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário