terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Um Estado de Ser





   O amor não é um relacionamento. É um estado de ser; não há mais nada a fazer com ninguém. Você é amor. Mas é claro que, quando você é amor, você está amando, mas isso é uma conseqüência, um subproduto, não a fonte. A fonte é que você é amor.
    E quem pode ser amor? Aquele que está consciente de quem é, se você não sabe quem você é, você não pode ser amor. Você será medo. O medo é justamente o contrário do amor. O ódio não é o oposto do amor, como as pessoas pensam. O ódio é o amor ao contrário, não é o oposto do amor. O verdadeiro oposto do amor é o medo. No amor, expandimos; no medo, encolhemos. No medo, ficamos fechados; no amor, nos abrimos. No medo duvidamos; no amor confiamos. No medo, ficamos solitários. No amor, desaparecemos; por isso não há nenhuma dúvida quanto à solidão. Quando não se é, como se pode ser solitário? Então: as árvores, os pássaros, as nuvens e o sol, e as estrelas estão todos dentro de nós.
    Amor é quando você conheceu o seu céu interior.
    Medite, dance, cante e continue a mergulhar cada vez mais fundo dentro de si mesmo. Ouça os passarinhos com mais atenção. Olhe as flores, com deslumbre. Não se torne tão instruído, não rotule tudo, as coisas. Instrução é a grande arte de rotular tudo, dividir tudo em categorias. Encontre as pessoas, porque cada pessoa expressa uma faceta diferente de Deus. Vamos aprender com elas. Não tenha medo, a existência não é inimiga. Esta existência cuida de você como uma mãe, ela está pronta para apoiar você de toda maneira possível. Confie e você começará a sentir um fluxo crescente de energia. Essa energia é amor. Essa energia quer abençoar toda a existência, pois com ela nos sentimos abençoados.
    O amor é um desejo profundo de abençoar toda a existência.


    Pax!!!              

Tristeza




A tristeza tem sua própria beleza, não se identifique com ela, torne-se apenas uma testemunha e celebre o momento da tristeza, porque ela tem seu próprio encanto. Você apenas não a observa. Você se torna tão identificado, que nunca penetra na beleza de um momento triste. Apenas pare por um instante e observe: quando você está feliz, você nunca é tão profundo, como quando está triste. A tristeza tem uma profundidade que lhe é própria, a felicidade tem uma superficialidade que lhe é própria. Observe as pessoas felizes, estão sempre sorrindo e borbulhando de alegria. Você sempre vai encontrá-las pouco profundas e sim mais superficiais. Essas pessoas não têm nenhuma profundidade. A felicidade é como ondas na superfície. Você vive uma vida superficial. Mas a tristeza tem uma profundidade. Quando se está triste, não é como ondas na superfície; é como a própria profundeza do oceano, quilômetros de profundidade. Mova-se para as profundezas e observe-as. A felicidade é barulhenta, a tristeza tem um silêncio próprio; a felicidade é como a luz, a tristeza é como a escuridão. A luz vem e vai , a escuridão permanece, é eterna. A luz surge algumas vezes, a escuridão está sempre presente.
Se você penetrar na tristeza, sentirá todas essas coisas, de repente, vai perceber que a tristeza existe como um objeto, você está  observando e testemunhando e, repentinamente, começa a se sentir feliz. Uma tristeza tão linda! Uma flor da escuridão, uma flor de eterna profundidade. Como um abismo que não tem fundo, tão silencioso, não há o menor ruído, a menor perturbação. Podemos ir caindo e caindo nele, infinitamente, e podemos sair dele totalmente rejuvenescidos. É um repouso.
Porque na verdade tudo depende da sua atitude. Quando você fica triste, você acredita que alguma coisa ruim lhe aconteceu. Isso é uma interpretação que você faz, de que alguma coisa ruim lhe aconteceu, e então você começa a tentar fugir disso de fato; você nunca medita sobre isso.  Então você quer encontrar alguém, quer ir a uma festa, ligar a TV, rádio, ou começa a ler o jornal. Você procura alguma coisa para que possa esquecer. Mas na verdade é uma atitude errada, é uma atitude errada que foi dada a você. De que a tristeza é errada. Mas não há nada de errado nela. É apenas outra polaridade da vida.
A alegria é um pólo, a tristeza é outro.  A vida consiste de ambos. Uma vida apenas de felicidade terá uma dimensão lateral, mas não terá profundidade.  Uma vida apenas de tristeza terá profundidade, mas não terá amplidão. A vida que contém ambas, tristeza e felicidade, é muldimensional, move-se em todas as dimensões.
A vida na sua totalidade é boa. E quando você compreende só então você pode celebrar, do contrário não. Celebração significa; aconteça o que acontecer, é irrelevante, eu celebrarei. Então você pode até celebrar na sua tristeza.
PAX!!!

A Morte



O crescimento é doloroso porque você evitou mil e uma dores em sua vida. Evitando você não pode destruí-las, elas continuam acumulando. Você continua engolindo suas dores; elas permanecem em seu sistema. É por isso que o crescimento é doloroso. Quando você começa a crescer, quando decide crescer, você tem que encarar todas as dores que você reprimiu. Você não pode simplesmente se desviar delas.
E infelizmente, até agora nenhuma sociedade existiu na terra que não tenha sido repressora da dor. Todas as sociedades dependem da repressão. Duas coisas elas reprimem: uma é a dor e a outra é o prazer. E elas reprimem o prazer também por causa da dor.  O raciocínio é que se você não é tão feliz, você nunca se tornará tão infeliz; se a alegria é destruída você nunca estará profundamente na dor. Para evitar a dor elas evitam o prazer. Para evitar a morte elas evitam a vida.
E tem algo lógico nisso. Ambos crescem juntos. Se você quer ter uma vida de êxtase você terá que aceitar muitas agonias também. Se você quer os picos de uma montanha então você terá o vale também. Mas não há nada de errado no vale; sua abordagem apenas tem que ser diferente. Você pode desfrutar de ambos, o pico é belo assim como o vale. E existem momentos quando se deveria relaxar no vale.
O pico é ensolarado, ele está em diálogo com o céu. O vale é escuro, mas sempre que você quer relaxar você tem que se mover para a escuridão do vale. Se você quer ter picos você terá que crescer raízes no vale. Quanto mais fundo as suas raízes forem, mais alto sua árvore crescerá. A árvore não crescerá sem raízes e as raízes têm que penetrar profundamente dentro do solo.
Dor e prazer são partes intrínsecas da vida. Sempre que evitar a dor também estará evitando o prazer. É um fato.
A vida existe entre essa polaridade. Esta tensão entre dor e prazer torna o capaz de criar uma grande música; a música existe somente nesta tensão. Destrua a polaridade e você ficará obtuso, estagnado, empoeirado. Você não terá nenhum significado e você nunca saberá o que é um esplendor. Você terá perdido a vida.
O homem que quer conhecer a vida tem que aceitar e abraçar a morte. Elas vêm juntas, elas são dois aspectos de um único fenômeno. É por isso que o crescimento é doloroso. Você tem que ir para dentro de todas aquelas dores que você esteve evitando. Isso machuca. Você tem que passar por todas aquelas feridas que de alguma maneira você não conseguiu olhar. Mas quanto mais fundo você vai à dor, mais profunda é a sua capacidade de entrar no prazer. Se você pode entrar na dor no limite máximo, você será capaz de tocar o paraíso.

Pax!!!

O Vazio




Olhando do lado de fora, o interior está vazio. Olhando de dentro, o mundo todo está vazio. Somente o seu interior está transbordante, mas as coisas que estão transbordando são invisíveis: a fragrância de seu ser, o amor, o deleite, o êxtase, o silêncio, a compaixão, nada pode ser visto com os olhos. É por isso que quando você olha de fora parece que tudo está vazio. E então um grande desejo surge: Como prenchê-lo? Com dinheiro, com poder, com pestígio, se tornando um presidente ou um primeiro ministro. Não se pode viver com um vazio, um lado de dentro oco.
Mas estas pessoas não foram para dentro; elas olharam de fora. E este é o problema: a partir de fora você pode apenas ver objetos e o amor não é um objeto, o êxtase não é um objeto, a iluminação não é um objeto, o entendimento não é um objeto, a sabedoria não é um objeto. Tudo que é grande na Existência e na vida humana é subjetivo, não é objetivo. Mas de fora você só pode ver objetos. Isto cria uma tremenda urgência de preencher seu interior oco com qualquer lixo. Existem pessoas que estão preenchendo-o com conhecimento emprestado, com tortura auto-imposta, pessoas mendigando para se tornarem primeiros ministros, presidentes. Em toda parte as pessoas ocas estão com uma necessidade tremenda de dominar os outros. Isto lhes dá a sensação de que não são ocos.
Um sannyasin começa investigando a sua subjetividade, a partir de dentro, e ele se torna consciente de tremendos tesouros, inexauríveis tesouros. Somente então você para de dominar a si mesmo e você para de dominar os outos. Não existe necessidade disto. A partir deste momento todo o seu esforço é tornar todo mundo consciente de sua individualidade, de sua liberdade, de suas imensas e enexauríveis fontes de êxtase, contentamento e paz.
Por isso tente entender a si mesmo tão profundamente quanto possível. Medite, medite, medite.... Medite sobre isso, busque a iluminação. O limite da meditação é onde a iluminação começa. Naturalmente, a iluminação não é um passo para nada: você simplesmente desaparece na consciência universal, você apenas se torna uma gota de orvalho escorregando da folha de lótus para o oceano. Mas ela é uma grande experiência. Isto torna a vida finalmente significativa, significante. Ela lhe permite se tornar parte do universo do qual o seu ego o separou.
Você apenas tem que se mover na direção correta. Uma sensação de direção correta e tudo pode se tornar um trampolim em direção aos estados mais altos da consciência. A vida meditativa é a maior promessa a ser cumprida por alguém, buscar atingir a iluminação com o objetivo de promover transformações internas e viver em harmonia com todos os seres e como todos as coisas vivas é um grande desafio.

Pax!!!


domingo, 12 de dezembro de 2010

Segurança!




O Homem que está verdadeiramente vivo sempre se sentirá inseguro. Que segurança pode existir?
      A vida não é um processo mecânico; não pode ser predeterminada. Ela é um mistério imprevisível. Ninguém sabe o que acontecerá em seguida. Nem Deus, que você acha que mora em algum lugar no sétimo céu; nem mesmo ele, se estiver lá, nem ele sabe o que vai acontecer! Porque se ele sabe o que vai acontecer, então a vida é só trapeação, tudo é escrito de antemão, ou determinado de antemão. Como ele pode saber o que vai acontecer se o futuro está em aberto? Se Deus sabe o que vai acontecer daqui a pouco, então a vida é só um processo mecânico, morto. Então não existe liberdade, e como pode existir vida sem liberdade? Então não há´possibilidade de crescer ou não crescer. Se tudo é predestinado, não existe glória e nem grandeza. Seríamos apenas robôs.
       Não, nada é seguro. Nada pode ser seguro, porque uma vida segura seria pior do que a morte. Nada é certo. A vida é cheia de incertezas, cheia de surpresas, e é aí que está a beleza dela! Você nunca chegará ao ponto em que poderá dizer: " Agora estou certo disso". Quando disser que está certo de alguma coisa, estará simplesmente declarando a própria morte.
       A vida continua em marcha, com mil e uma incertezas. É aí que está a liberdade dela. Não chame isso de insegurança. Podemos entender porque a mente chama a liberdade de "insegurança"... Imagine; um preso numa cela por alguns anos, você sabe que no dia de ser solto, o prisioneiro começa a sentir uma incerteza quanto ao futuro. Tudo era garantido na cela, tudo não passava de pura rotina. Ele tinha comida, proteção. Agora de repente, depois de muitos anos, ele é solto. Ele começa a tremer. Fora dos muros da prisão, mais uma vez haverá incertezas; mais uma vez ele terá que buscar, procurar; mais uma vez terá que viver em liberdade.
        E a liberdade dá medo. As pessoas falam sobre liberdade, mas elas tem medo. E um homem não é homem ainda se ele tem medo da liberdade. Tem um ditado que diz: "Dou a você a liberdade; não dou segurança. Dou a você entendimento; não dou conhecimento". O conhecimento lhe traz certezas. Se existe uma fórmula pronta, então você tem certezas. E as pessoas normalmente não querem a liberdade, querem fórmulas fixas. Porque isso exige de você uma tremenda coragem e responsabilidade tamnbém.
        Porque a vida é incerteza, sua  própria natureza é incerta. E um homem inteligente nunca tem certeza de nada.
        E essa própria disposição para permanecer na incerteza é coragem. A própria disposição para ficar na incerteza é confiança. A pessoa inteligente é aquele que está sempre alerta, não importa a situação, e a enfrenta com todo o seu coração. A vida não é uma ciência; não é uma cadeia de causas e efeitos. Aqueça a água a 100 graus e ela evapora, isso é uma certeza. Mas na vida real, nada é certo como isso.  Cada pessoa é uma liberdade, uma liberdade desconhecida. É impossível predizer, impossível fazer conjecturas. É preciso viver na consciência e no entendimento.
         Você precisa estar em total liberdade, com todas as possibilidades em aberto, com nada pré-fixado, você terá que ficar consciente de que não existe outra possibilidade. E isso é entendimento. E se você entender isso, a insegurança passa a ser uma parte intrínseca da vida, porque isso faz da vida uma liberdade, faz a vida uma contínua surpresa. Nunca se sabe o que vai acontecer. Isso faz com que você viva em constante assombro. Não chame de incerteza, chame de assombro. Não chame de insegurança, chame de liberdade.


          Pax!!!  



QUEM SOU EU?




     A vida deve ser uma busca, não um desejo, mas uma pesquisa; não uma ambição para  tornar-se isto ou aquilo. Mas uma pesquisa para encontrar "QUEM SOU EU?" É muito estranho que as pessoas que não sabem quem são elas, estão tentando se tornar alguém. Elas nem mesmo sabem quem elas são neste momento. Elas não conhecem os seus seres, mas elas tem um objetivo de vir a ser. E vir a ser é a doença da alma. O ser é você e descobrir o seu ser é o começo da vida. Então cada momento é uma nova descoberta, cada momento traz uma alegria Um novo mistério abre a suas portas, um novo amor começa crescer em você, uma nova compaixão que você nunca sentiu antes, uma nova sensibilidade a respeito da beleza, a respeito da bondade.
     Você se torna tão sensível que inclusive a menor folha de grama tem uma importância tão grande para você. Que esta pequena folha de grama é tão importante para a existência quanto a maior estrela; que sem essa pequena folha de grama, a existência seria menos do que é. E que essa pequena folha de grama é única, ela é insubstituível, ela tem a sua própria individualidade. E esta sensibilidade criará novas amizades, com as árvores, com os pássaros, com os animais, com as montanhas, com os rios, como os oceanos, com as estrelas. A vida se torna mais rica enquanto o amor cresce.
      A vida se torna maior. Ela não é um pequeno poço, ela se torna oceânica. Ela não é confinada a você. Toda a existência se torna  a sua família e a menos que toda a existência seja sua sua família, você não conheceu o que é a vida, porque nenhum homem é uma ilha, nós somos todos conectados. Nós somos um vasto continente, unidos de mil maneiras. E se o nosso coração não está cheio de amor pelo todo, na mesma proporção a nossa vida é diminuída. Porque nós pertencemos intrinsecamente à existência. Nós somos parte dela, nós somos o coração dela.


      Pax!!!!!

domingo, 5 de dezembro de 2010

A Loucura




A Loucura
Este mundo está muito perturbado e doente. As pessoas estão muito perturbadas mentalmente. Toda criança quando nasce, nasce sã, mas não pode viver assim por muito tempo, isso é praticamente impossível. Esta criança é criada por pessoas perturbadas, condicionada por pessoas perturbadas. Ela está fadada a ficar perturbada também e para sobreviver ela precisa se tornar perturbada.
Só de vez em quando têm existido pessoas não perturbadas no mundo. E a coisa mais perturbadora é que as pessoas sãs parecem loucas porque os assim chamados loucos não são realmente loucos. E os realmente loucos são os assim chamados sãos. E o que acontece que normalmente as pessoas que são colocadas em hospícios são simplesmente pessoas muito sensíveis, pessoas vulneráveis, pessoas delicadas, que não são tão duras quanto outras que vivem no mundo dos negócios. Elas não são tão casca dura, é está nisso a sua loucura e por isso ficam loucas e perturbadas. As cascas duras continuam vivendo no meio de todo tipo de loucura, e eles vão se ajustando conforme cada situação ou cada evento de suas vidas.
O homem tem uma infinita capacidade de se ajustar e cada criança aprende a se ajustar a todo tipo de coisa. Apenas olhe no seu próprio ser as quantas superstições você se tornou ajustado, quantas crenças estúpidas você está carregando. E não é que não existam momentos que você se torna consciente de sua estupidez, mas estes momentos de sanidade você coloca de lado porque eles são momentos perigosos. Por quê? Por que de vez em quando a janela se abre, mas você imediatamente a fecha. Você tem medo. Você tem que fechá-la. Você tem medo que os vizinhos possam ver que a sua janela está aberta. Você não quer mostrar a sua sanidade para ninguém.
Mas não tenha medo da loucura. O mundo já está perturbado. Todo o medo é absolutamente sem base. Você Também já está perturbado, caso contrário você não seria capaz de existir na sociedade. Não importa a sociedade que você pertence tudo já foi distorcido. Você já está distorcido. Você não é mais inocente, você já está corrompido e envenenado. Os políticos, os sacerdotes e os pedagogos já fizeram esse trabalho por você. Precisamos é despertar e acordar para desfazer esse trabalho e recomeçar de novo, só que agora com uma nova consciência, resgatar a nossa inocência. Buscar o nosso ser no nosso mais íntimo. Voltar pra casa. Voltar a nossa essência e resgatar a nossa integridade e partir do zero. E reconstruir um novo homem, uma nova consciência, um novo frescor, uma nova energia onde você pode aceitar você por inteiro com todas as dualidades que vivemos neste mundo.
Mas como conseguir isso? Precisamos meditar aprender a meditar, precisamos aprender a viver uma vida meditativa. Eu defendo a meditação dinâmica. A pessoa perturbada precisa fazer catarses. Porque as pessoas foram tão reprimidas, que elas se encontram em espaços muitos ruins. E se essas pessoas tiverem espaços onde elas podem ficar loucas de vez em quando, onde elas têm permissão de ficar loucas, então a loucura desaparecerá e voltaremos a ter pessoas mais centradas, mais inteiras, mais sãs.
O mundo todo está louco porque a ninguém é permitido ficar louco. Precisamos fazer ou criar espaços onde todo mundo tenha um certo espaço reservado onde se possa simplesmente ficar louco, onde você não tenha que se preocupar com ninguém. Se uma pessoa pode ficar louca todo dia por meia hora, então pelas restantes vinte e três horas e meia ela experimentará apenas sanidade.
A loucura é também uma parte da humanidade; é um equilíbrio profundo. Quando você se torna muito sério você precisa um pouco de risada para trazer você para a terra. Quando você se torna muito tenso você precisa alguma coisa para ajudá-lo a relaxar. Na verdade, existem muitas maneiras aceitas socialmente nas quais nós permitimos as pessoas ficarem loucas. Por exemplo, um jogo de futebol o espectador quase fica louco torcendo, gritando, vibrando. Mas isto é aceito pela sociedade e as pessoas se sentem muito relaxadas. Mesmo assistindo muitas vezes um jogo pela televisão, tem pessoas que ficam loucas, pulam e se tornam muito excitadas. Mas isto é uma coisa aceita.
Se alguém de marte estivesse olhando pela primeira vez, ele não seria capaz de acreditar no que está acontecendo, porque parece não haver nenhuma necessidade de ficar tão excitado. Apenas algumas pessoas jogando uma bola para lá e para cá e milhões de pessoas ficam tão excitadas. E elas não sabem que isto é uma avenida socialmente aceita de liberação, um artifício. E cada país tem seu próprio time, sua própria equipe para criar o seu próprio artifício.
A guerra também é um artifício, que é necessária volte e meia de forma que as pessoas possam ficar loucas, para que possam odiar e destruir. E elas podem odiar e destruir por uma grande causa, assim não existe condenação. Assim você destrói e você se sente bem, você se sente feliz e não existe culpa. E é simplesmente um artifício para tornar você louco. E as guerras vão continuar a existir se nós não permitirmos que todo mundo desfrute uma certa quantidade de loucura as vezes. Por isso criar espaços para isso será de tremenda ajuda para a humanidade. E o mundo está gritando, o mundo não está mais suportando tanta pressão. O homem não está mais agüentando tanta pressão.
E um homem louco não precisa de médico, ele precisa de um amigo. Um médico é muito impessoal, muito distante, muito técnico. E um médico sempre olha para um homem louco como se fosse um objeto a ser tratado. Em seu próprio olhar existe condenação, porque alguma coisa está errada e tem que ser colocada em ordem. Um homem louco precisa de alguém que ame alguém que cuide e seja amigo, alguém que não faça dele uma coisa objetiva, e aceite a sua individualidade. E não somente isto, mas também aceite a sua própria loucura, porque ele aceita que bem no fundo de cada homem existe uma parte sã e uma parte insana. Porque vivemos num mundo de dualidades. A insanidade é a parte noturna do homem. Ela é natural, não há nada de errado com ela. Quando você puder dizer para um homem louco que não somente ele é louco, mas que eu também sou louco, imediatamente uma ponte é estabelecida. E então ele fica disponível e é então possível ajudá-lo.
Porque nenhum animal exceto o homem tem a capacidade de se tornar louco. A menos que o homem leve algum animal à insanidade, ele não iria enlouquecer por si próprio, ele não se torna neurótico. Os animais não estão loucos na selva, eles se tornam doidos no circo. Na selva, a vida de um animal não é desvirtuada, ela se torna pervertida em um zoológico. Nenhum animal comete suicídio, somente o homem pode cometer suicídio.
Porque o homem é uma doença. As doenças chegam ao homem, mas o homem em si mesmo é também uma doença. Este é o seu problema e também a sua singularidade. Esta é sua sorte e também o seu azar. Nenhum outro animal na terra tem tal problema, ansiedade, tensão, doença, enfermidades da maneira que o homem tem. E esta condição em si mesma deu ao homem todo o seu crescimento, toda a sua evolução, porque “doença” significa que não se pode ser feliz onde se está não se pode aceitar o que se é. Esta própria doença se tornou o dinamismo do homem, sua inquietude, mas ao mesmo tempo é também o seu infortúnio, porque ele está agitado, infeliz e está sofrendo.
Portanto, acorde, desperte. A vida está ai, pulsando em você, você tem uma grande oportunidade de fazer diferente. Faça diferente, cresça, evolua. O mundo necessita de um novo homem um homem acordado e inteiro.
Pax!!!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Câncer





Câncer
O câncer é basicamente uma doença psicológica; uma doença da mente, ela não é tão física do quanto se acredita que ela seja. Quando a mente se torna muito tensa, mas tão tensa que se torna intolerável, ela começa a afetar os tecidos corporais. É por isso que o câncer existe somente onde a civilização se tornou muito, muito sofisticada. Nas sociedades primitivas você não consegue achar o câncer tão facilmente. As pessoas não são sofisticadas. Quanto mais alta a sociedade, quanto mais sofisticada, quanto mais complexa a sociedade for, mais o câncer acontecerá.
O câncer pode existir somente num certo estado neurótico da mente. Se a mente relaxa, mais cedo ou mais tarde o corpo seguirá e irá relaxar. É por causa deste fato que as investigações científicas ainda não foram capazes de encontrar uma cura muito eficiente para o câncer. É quase impossível descobrir uma cura para o câncer, e no dia que eles descobrirem a cura para o câncer eles irão criar ainda mais doenças perigosas no mundo, porque a cura significará repressão. No dia que eles encontrarem drogas fortes o suficientes para reprimir o câncer então surgirá outra doença, pior do que o câncer. Porque aquele veneno começará a fluir através de algum outro canal.
É assim que aconteceu através das eras, é só pararmos um pouco e começar a pensar e refletir. Doenças simples eram curadas e doenças difíceis começam a surgir e existir. Você cura uma doença e outra vem e a segunda é mais complexa que a primeira. A primeira era uma reação natural do corpo, a segunda é uma reação não natural, é uma reação anormal do corpo. Você reprime a segunda e uma terceira virá e a terceira será inclusive mais difícil de tratar... E assim por diante. Agora o câncer está no topo. Se o câncer é reprimido então doenças ainda mais difíceis surgirão no corpo humano e na mente humana.
Pax!!!