terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Vazio




Olhando do lado de fora, o interior está vazio. Olhando de dentro, o mundo todo está vazio. Somente o seu interior está transbordante, mas as coisas que estão transbordando são invisíveis: a fragrância de seu ser, o amor, o deleite, o êxtase, o silêncio, a compaixão, nada pode ser visto com os olhos. É por isso que quando você olha de fora parece que tudo está vazio. E então um grande desejo surge: Como prenchê-lo? Com dinheiro, com poder, com pestígio, se tornando um presidente ou um primeiro ministro. Não se pode viver com um vazio, um lado de dentro oco.
Mas estas pessoas não foram para dentro; elas olharam de fora. E este é o problema: a partir de fora você pode apenas ver objetos e o amor não é um objeto, o êxtase não é um objeto, a iluminação não é um objeto, o entendimento não é um objeto, a sabedoria não é um objeto. Tudo que é grande na Existência e na vida humana é subjetivo, não é objetivo. Mas de fora você só pode ver objetos. Isto cria uma tremenda urgência de preencher seu interior oco com qualquer lixo. Existem pessoas que estão preenchendo-o com conhecimento emprestado, com tortura auto-imposta, pessoas mendigando para se tornarem primeiros ministros, presidentes. Em toda parte as pessoas ocas estão com uma necessidade tremenda de dominar os outros. Isto lhes dá a sensação de que não são ocos.
Um sannyasin começa investigando a sua subjetividade, a partir de dentro, e ele se torna consciente de tremendos tesouros, inexauríveis tesouros. Somente então você para de dominar a si mesmo e você para de dominar os outos. Não existe necessidade disto. A partir deste momento todo o seu esforço é tornar todo mundo consciente de sua individualidade, de sua liberdade, de suas imensas e enexauríveis fontes de êxtase, contentamento e paz.
Por isso tente entender a si mesmo tão profundamente quanto possível. Medite, medite, medite.... Medite sobre isso, busque a iluminação. O limite da meditação é onde a iluminação começa. Naturalmente, a iluminação não é um passo para nada: você simplesmente desaparece na consciência universal, você apenas se torna uma gota de orvalho escorregando da folha de lótus para o oceano. Mas ela é uma grande experiência. Isto torna a vida finalmente significativa, significante. Ela lhe permite se tornar parte do universo do qual o seu ego o separou.
Você apenas tem que se mover na direção correta. Uma sensação de direção correta e tudo pode se tornar um trampolim em direção aos estados mais altos da consciência. A vida meditativa é a maior promessa a ser cumprida por alguém, buscar atingir a iluminação com o objetivo de promover transformações internas e viver em harmonia com todos os seres e como todos as coisas vivas é um grande desafio.

Pax!!!


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